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terça-feira, 20 de outubro de 2009

O Que Comemoramos? Halloween ou Reforma Protestante?


Halloween, Reforma Protestante… Afinal o que comemoramos no dia 31 de Outubro?
Para muitos, não passa de mais uma data, para outros uma oportunidade de exaltar suas crenças, e até perpetuar um costume antigo.
Comumente, neste dia, devido ao domínio americano, comemora-se o Halloween. A palavra Halloween tem origem na Igreja católica. Vem de uma corrupção contraída do dia 1 de novembro, “Todo o Dia de Buracos” (ou “Todo o Dia de Santos”), é um dia católico de observância em honra de santos. Mas, no século V DC, na Irlanda Céltica, o verão oficialmente se concluía em 31 de outubro. O feriado era Samhain, o Ano novo céltico. Alguns bruxos acreditam que a origem do nome vem da palavra hallowinas – nome dado às guardiãs femininas do saber oculto das terras do norte (Escandinávia).

O Halloween marca o fim oficial do verão e o início do ano-novo. Celebra também o final da terceira e última colheita do ano, o início do armazenamento de provisões para o inverno, o início do período de retorno dos rebanhos do pasto e a renovação de suas leis. Era uma festa com vários nomes: Samhain (fim de verão), Samhein, La Samon, ou ainda, Festa do Sol. Mas o que ficou mesmo foi o escocês Hallowe’en.
Uma das lendas de origem celta fala que os espíritos de todos que morreram ao longo daquele ano voltariam à procura de corpos vivos para possuir e usar pelo próximo ano. Os celtas acreditavam ser a única chance de vida após a morte. Os celtas acreditaram em todas as leis de espaço e tempo, o que permitia que o mundo dos espíritos se misturassem com o dos vivos.
Como os vivos não queriam ser possuídos, na noite do dia 31 de outubro, apagavam as tochas e fogueiras de suas casa, para que elas se tornassem frias e desagradáveis, colocavam fantasias e ruidosamente desfilavam em torno do bairro, sendo tão destrutivos quanto possível, a fim de assustar os que procuravam corpos para possuir, (Panati).
Os Romanos adotaram as práticas célticas, mas no primeiro século depois de Cristo, eles as abandonaram.

O Halloween foi levado para os Estados Unidos em 1840, por imigrantes irlandeses que fugiam da fome pela qual seu país passava e passa ser conhecido como o Dia das Bruxas.
Dia 31 de outubro os cristãos evangélicos lembram da Reforma Protestante. Infelizmente, a maioria nem se preocupa em saber quem era Martinho Lutero, João Hus, João Calvino, Wycliffe, Zwinglio, e tantos e tantos outros, famosos e anônimos. Não é uma questão de idolatria disfarçada de veneração, como alguns segmentos cristãos fazem. É uma questão de lembrança do papel daqueles homens na história, e ainda maior importância deles no plano de Deus para a humanidade.
Não que eles sejam especiais para Deus. “O cristão mais famoso da terra, no céu é um anônimo na multidão dos santos” (alguém já disse). Mas eles foram relevantes na história, ao trazerem lemas como Só a Escritura, Só a Graça, Só a Fé, Um Só Cristo, Só a Deus Glória. Não tem nada mais cristão do que reafirmar o sacerdócio universal de todos os crentes, defender o acesso à Palavra de Deus a todos os homens, proclamar que Cristo é o Senhor, e que só devemos dar glórias ao Todo-Poderoso.
Lutero foi um homem admirável. Quando leio a sobre ele, admiro a pessoa, e o símbolo que ele se tornou, mesmo contra a própria vontade. Assim como admiro outros que o precederam (Wycliffe, por exemplo, foi perseguido por traduzir a Bíblia) e que o sucederam (John Wesley, por tudo o que fez, pela simplicidade), agiram não por mérito ou vanglória, mas simplesmente pela fé. Se estendêssemos Hebreus 11, acrescentaríamos versículos falando de tantos outros, conhecidos e desconhecidos, homens e mulheres, gente que conhecemos e gente que ouvimos falar…

Mas… O que ficou hoje? As igrejas evangélicas imersas em práticas extrabíblicas, algumas quase esotéricas, criando um verdadeiro “Talmude evangélico” (contrariando o Sola Scriptura). Outras, vinculando ofertas financeiras a bênçãos no céu, como se uma oferta maior fosse arrumar uma mansão melhor localizada na Jerusalém Celestial (contrariando o Sola Gratia e o Sola Fide). Ainda tem aquelas que tem lideranças tão personalistas, que quase tiram o senhorio de Cristo (e onde foi parar o Solo Christi?). E, nas horas vagas, entre os louvores vazios e sem conteúdo, as oratórias (pregações não, oratórias) que deixam o Senhor Jesus de lado, e as manifestações de qualquer coisa diferente do Espírito Santo… Eles ainda lembram de Deus e dão glórias. Ou seja, às vezes lembram do Soli Deo Gloria. Dureza.
É por isso que é bom sempre lembrar outro lema da Reforma: Ecclesia reformata semper reformanda: Igreja reformada, sempre reformando. Se Lutero estivesse vivo, mais de 450 anos depois, iria ficar no mínimo chocado, e provavelmente pensando: Foi para isso que eu me rebelei?
Deus tenha misericórdia da igreja, nessa data, 488 anos depois da (primeira) Reforma. Na verdade precisamos de uma segunda, terceira, quarta… E por aí vai.

Levantemos a Nossa Bandeira! e Glorifiquemos a Deus por tudo que providenciou para nossa Salvação!

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